GTs

Erika Beser - INCRA
Nirson Medeiros da Silva Neto - UFOPA
O GT propõe discussões de pesquisas em contextos etnográficos de conflitos socioambientais contemporâneos decorrentes das fricções existentes entre os processos de transformação da natureza por atividades antrópicas/econômicas e os processos político-organizativos de grupos etnicamente diferenciados, identificados como comunidades tradicionais, e movimentos sociais que envolvem a reconfiguração de espaços naturais, identidades pessoais/coletivas e territorialidades específicas. Buscando uma abordagem interdisciplinar para os conflitos apresentados, com aportes na Antropologia e no Direito, o GT visa trazer ao debate pesquisas sobre justiça restaurativa, mediação e administração de conflitos socioambientais fundadas em perspectivas inovadoras, com bases comunitárias e potencial para a horizontalização, a comunicação não violenta, o agir comunicativo, a ética discursiva, a dialogia, a democracia, o respeito à alteridade, a paridade nas interações e/ou a emancipação de grupos envolvidos.

Juliana Melo - UFRN
Marcus André de Souza Cardoso - INCT-INEAC          
O GT busca promover a articulação de pesquisas que abordem o tema da justiça, criminalidade e as formas de controle que operam sobre ela. O objetivo é estimular a discussão em torno de três eixos. O primeiro diz respeito às estratégias, reflexões e manifestações acionadas por aqueles que praticam ou praticaram atividades ilícitas ou ilegais. O segundo pretende reunir trabalhos voltados aos mecanismos de controle dessas práticas, seja em suas formas institucionais (tribunais, prisões, políticas de segurança), seja em práticas não institucionalizadas. O terceiro tem como foco o encontro entre os praticantes de atividades ilícitas ou ilegais e os mecanismos de controle da criminalidade, com atenção às variações e à dupla incitação que esse encontro produz. Privilegiaremos trabalhos resultantes de pesquisa de campo e que considerem o ponto de vista dos interlocutores, bem como buscaremos contribuir para a reflexão acerca dos dilemas éticos, morais e políticos envolvidos no campo.

Isadora Lins França - UNICAMP
Mário Luís Villarruel da Silva - USP         
As últimas décadas têm registrado a intensificação de diferentes fluxos migratórios e deslocamentos, objeto de regulação dos Estados nacionais e de políticas internacionais. Nesse contexto, lógicas de criminalização, securitização e controle dividem espaço com perspectivas qualificadas como humanitárias. A reflexão antropológica tem contribuído através de leituras críticas sobre a produção de direitos e sujeitos e sobre as dinâmicas que cercam distintos regimes de mobilidade contemporâneos. São demandas de acesso à justiça, dispositivos reguladores, legalidades e legitimidades. Este GT pretende reunir trabalhos sobre mobilidades, deslocamentos, fluxos migratórios e suas conexões com migração, refúgio, asilo, reassentamento, apatridia; emergência de demandas sociais entrecruzando gênero, sexualidade, nacionalidade, raça, religião e demais categorias de articulação na produção de diferenças e desigualdades; controle e regulação; políticas internacionais e processos de Estado.

Luiz Eduardo de Vasconcellos Figueira - UFRJ
Regina Lúcia Teixeira Mendes - UFF       
O GT pretende construir um espaço de discussão acerca das especificidades da cultura jurídica brasileira, privilegiando pesquisas de inspiração etnográfica que demonstrem e analisem o fenômeno jurídico, especialmente as que tenham como foco questões relacionadas ao sistema jurídico, ao processo judicial e ao acesso à justiça, descrevendo as práticas judiciárias e a construção da verdade jurídica. Além disso, este GT enfatiza o emprego de método comparado e o contraste entre dados empíricos provenientes da observação de culturas jurídicas diversas, contextualizando a discussão nos distintos panoramas históricos e culturais, visando ressaltar o contraste possível entre as concepções, representações e práticas brasileiras e aquelas oriundas de outros contextos históricos e culturais.

João Francisco Kleba Lisboa - UnB     
Ricardo Prestes Pazello - UFPR 
Este Grupo de Trabalho pretende discutir a atuação de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais perante o direito, seja por meio da utilização que fazem dos mecanismos jurídicos institucionalizados, seja através de práticas autônomas ou insurgentes nas lutas políticas pela conquista e manutenção de direitos. Temos interesse no encontro entre a dimensão estatal do direito e as concepções indígenas ou tradicionais do que sejam os seus direitos. Da mesma forma, interessamo-nos pelas apropriações que são feitas da “forma jurídica” pelos povos indígenas e comunidades tradicionais, seja com o auxílio de assessores e advogados populares, seja formando e capacitando seus próprios defensores, pesquisadores e operadores do direito. Juristas e antropólogos podem ser importantes auxiliares nesse processo, sem esquecer que cada vez mais os povos indígenas e as comunidades tradicionais assumem o protagonismo de sua história e destino. (OBS: Pesquisas que analisem conflitos socioambientais devem se reportar ao GT.1)

GT.6- Cancelado.

Alessandra Teixeira -  UFABC
Fernando Afonso Salla – NEV-USP         
A proposta do GT é reunir estudos e pesquisas, especialmente etnográficos, de perspectiva histórica ou contemporânea, voltados para a compreensão da emergência da mulher no interior dos mecanismos de controle social e das práticas punitivas. Interessa-nos discutir as múltiplas intersecções das longevas formas de violência praticadas contra as mulheres no contexto privado e no espaço público com as condições que possibilitaram a constituição da mulher criminosa em suas múltiplas sujeições. O GT procura acolher trabalhos teóricos e empíricos, realizados na interface entre a antropologia, as ciências sociais e o direito, que discutam as formas de criminalização, repressão e punição às mulheres, bem como às meninas adolescentes, seu lugar nas atividades consideradas ilícitas; e acolher também os que se voltam para a violência contra a mulher nas suas múltiplas expressões: a violência doméstica e familiar; o “assédio” sexual e moral; a violência sexista e a misoginia; e o feminicídio.

Carlos Eduardo Amaral de Paiva - UNIFAL
Carmem Lúcia Rodrigues -  NADIR-USP
No estudo do patrimônio cultural há diversas pesquisas que compreendem práticas sociais relacionadas a festas, folguedos e outros rituais afins como estratégia de luta em processos de reconhecimento da identidade coletiva e na conquista de determinados direitos. Neste GT nos interessa pensar e discutir estudos etnográficos que tratam do poder transformador de manifestações culturais dos chamados povos tradicionais em processos de mudanças sociais que ora envolvem tradição, ora evocam a necessidade de inovação, em que pesam valores, crenças, sistemas de moralidade, práticas e símbolos específicos que operaram na configuração de uma identidade coletiva particular. Cumpre, portanto, discutir neste GT o poder transformador de festejos e rituais em situações de conflito nos quais determinados grupos sociais buscam a salvaguarda de seus sistemas simbólicos particulares e reivindicam direitos culturais.

Juliana Farias - UERJ
Juliana Vinuto Lima - UFRJ          
Este GT tem por objetivo fomentar um espaço de interlocução entre pesquisadoras/es interessados em discutir formas cotidianas de produzir Estado, tanto a partir do Direito, quanto através de outras áreas de formação/atuação que interagem com o “saber jurídico”. Pretende-se colocar em diálogo etnografias sobre formas de construção, agenciamento e ressignificação de normativas, para pensar os filtros existentes entre a letra da lei e seu processo ordinário de implementação. Almeja-se problematizar, a partir de um olhar antropológico, como práticas vigentes em diferentes instituições podem reproduzir, reconfigurar ou recusar orientações produzidas no âmbito Legislativo-Judiciário. Interessa-nos discutir especialmente: violências de Estado, violações de direitos; conflitos entre diferentes esferas estatais; formas de interlocução entre Estado e movimentos sociais; burocracia e rotinas de repartições públicas; questões éticas relacionadas ao fazer etnográfico nesses contextos de pesquisa. (OBS: Pesquisas que analisem fluxos migratórios, deslocamentos e situações de refúgio devem se reportar ao GT.3)


Luiz Cláudio Lourenço - UFBA
Marcos Alvarez - USP
No Brasil, durante décadas, o destino de crianças e de adolescentes pobres foi equacionado em termos da alternativa “trabalho precoce” versus “delinquência precoce”. O Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990 buscou romper com esse equacionamento, ao afirmar os direitos de crianças e de adolescentes e buscar sua inclusão no âmbito da cidadania. Mas a mudança da legislação não implicou necessariamente numa ruptura com as práticas precedentes. Este grupo de trabalho acolherá reflexões teóricas e investigações empíricas que explorem as múltiplas dimensões do problema, em diálogo com as perspectivas do Direito, da Antropologia e das demais Ciências Sociais. Temas como o papel da justiça juvenil e a tensão entre recuperar e punir, a articulação da justiça juvenil com as tendências mais gerais das práticas punitivas contemporâneas, a história da legislação e das instituições específicas da área, os efeitos das medidas de internação e protetivas encontram aqui espaço de discussão.

Camila Silva Nicácio-  UFMG
Guilherme Assis de Almeida - USP
O GT pretende explorar como a antropologia tem sido atualizada no âmbito das formações jurídicas, em seu viés de ensino, pesquisa e, especialmente, extensão universitária, mormente em relação à temática dos direitos humanos. Espera-se a apresentação de relatos de experiências e produtos de pesquisas que deem conta do desenvolvimento de abordagens nas fronteiras disciplinares entre antropologia e direito nas universidades. O GT busca desvelar o “estado da arte” de tais abordagens em diversas regiões do Brasil, assim como propiciar a formação de uma arena para o intercâmbio dessas experiências.

Flávio Rodrigo Freire Ferreira - IFRN
Sabrina Deise Finamori – UFMG  
O GT busca continuar as reflexões iniciadas no IV ENADIR, reunindo pesquisadores que realizam investigações relacionadas, de modo amplo, ao direito de família, incluindo, mas não se restringindo a reconhecimento de paternidade, novas configurações familiares, adoção, circulação de crianças, abandono afetivo e reciprocidade intergeracional. Pretendemos congregar pesquisas de vários campos disciplinares e abordem de distintas maneiras as fronteiras entre legal e ilegal, refletindo acerca dos aspectos que tensionam essa relação. Esperamos, assim, reunir no GT pesquisadores que investiguem de forma inovadora os diversos tipos de relação que ocorrem entre o consagrado como legal, as práticas relegadas ao plano do ilegal e as formas pelas quais as pessoas recorrem às leis para legitimar uma diversidade de práticas e configurações familiares. Desse modo, para além de sua dimensão regulatória, propomos uma reflexão sobre o direito de família como um elemento constitutivo das relações sociais.

Jania Perla Diógenes de Aquino - UFC
Welliton Caixeta Maciel - UnB      
Este Grupo de Trabalho convida a refletir sobre problemas sociais decorrentes do fenômeno difuso da violência urbana, promovendo a articulação de pesquisas no campo da Antropologia, do Direito e áreas afins que abordem a temática do crime em suas mais diversas manifestações, assim como as práticas institucionais associadas ao controle e à tentativa de normalização de diversas modalidades de ação criminal, com enfoque nas estratégias dos atores que praticam tais atividades. Serão privilegiados trabalhos elaborados a partir de pesquisas etnográficas sobre temáticas diversas tais como: instituições policiais e milícias, organização e atuação de gangues prisionais (dentro e fora do sistema penitenciário), tráfico de drogas, corrupção e colarinho branco, mercados ilegais, criminalização de manifestações culturais e religiosas e de movimentos sociais (marcha da maconha, marcha das vadias etc.), aborto, prostituição, tráfico de seres humanos, trabalho escravo, violências contra minorias etc.

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